SPM-SC
Pandemia e acolhida aos migrantes em Florianópolis
Assim que adentramos o período de isolamento social em razão da pandemia causada pelo Covid-19 em março de 2020, reorganizamos nossas dinâmicas de atendimento visando não prejudicar os atendidos na Pastoral do Migrante de Florianópolis e os acolhidos na Casa do Migrante Scalabrini.
Com uma equipe reduzida, alguns serviços presenciais, como a distribuição de alimentos e produtos de higiene, continuam a acontecer. Já outros atendimentos, no âmbito da assistência jurídica, inserção laboral, assistência social e educação passaram a ser feitas de forma virtual. Tanto as aulas de português ministradas na Pastoral do Migrante quanto na Casa do Migrante, foram adaptadas para continuar a distancia.
Impacto econômico e doações pela Pastoral do Migrante
Logo nos primeiros dias da determinação de quarentena no estado, começamos a receber relatos de famílias que haviam perdidos seus empregos. Com isso, iniciou-se também o movimento de doação de alimentos e roupas em domicílios para famílias já cadastradas e atendendo também a demanda espontânea cada vez mais crescente.


Outra atenção neste período foi voltada para o acesso ao auxílio emergencial disponibilizado pelo Governo Federal. Muitos migrantes vêm enfrentando dificuldades de acesso ao benefício, por impedimentos burocráticos ou por barreiras de acesso à internet e celular pessoal.
Alguns relatos de migrantes podem ser vistos na notícia publicada pelo G1. E na reportagem realizada pelo SBT, sobre os reflexos do Coronavírus na população migrante.
CASA DO MIGRANTE - Scalabrini
Desde o início, temos nos preocupado em manter todos os acolhidos na Casa do Migrante em Florianópolis informados sobre o contexto da disseminação do vírus, além de incentivar e prover meios para a prevenção diária, com doação de máscaras e kits de higiene para todos.

O período para os acolhidos tem sido de bastante angústia, pois desde a chegada na Casa eles têm a expectativa de conseguir uma oportunidade de trabalho rapidamente para garantir sua autonomia financeira. No entanto, este momento tem se mostrado extremamente adverso para isso, considerando o aumento diário dos casos de contaminação, o fechamento do comércio e a interrupção dos serviços públicos de transporte urbano.
Mas mesmo neste cenário, tivemos algumas conquistas para celebrar. Com apoio da OIM - Organização Internacional de Migração, três das acolhidas foram contratadas por uma fábrica do setor têxtil em Gaspar/SC.

Além destas, Omar Jose C. Lopez, acolhido da Casa, depois de semanas trabalhando, conseguiu em meados de maio alugar um espaço próprio para morar e se despediu da Casa do Migrante.

No dia 25 de maio, a CNBB Sul 4 e a Cáritas SC, a partir da Ação Solidária ‘É Tempo de Cuidar’ em Santa Catarina, promoveram uma conversa virtual sobre a situação dos migrantes em tempos de pandemia. Os convidados foram Padre Marcos Bubniak (SPM-SC) e Isadora Azevedo da Cáritas SC. Um dos acolhidos, o Omar, também participou compartilhando um pouco da sua história e passagem pela Casa do Migrante.
Assista a live: